no meio fundo da relva solta. estou.
ao longe vertical e espelhado
há pássaros que voam asfixiados pela liberdade.
cá em baixo estendo a mão pouco elástica.
espero que um deles pouse.
para lhe sentir a forma, roubar-lhe um cheiro de liberdade.
não consigo voar. estou pesado e magro.
defecam.me em cima.
não tenho nenhum ninho, nenhuma árvore
onde me possa enconder.
sou um monte de merda de pássaros livres.
ptb
post.agonia
2009